sábado, 28 de fevereiro de 2009

Pontos de partida

Quais são os nossos sonhos que contrapõe a realidade? Sonhos que transformam a realidade? O que queremos pra criança de hoje? A criança de hoje tem espaço pra sonhar? O que impede a criança de sonhar? O que impede a criança de acreditar na capacidade transformadora dos sonhos? Por que ao crescermos damos adeus a nossa capacidade imaginativa? Porque durante a noite, enquanto dormimos, a criança reprimida em cada um de nós, vem cobrar suas divagações através de nossos sonhos? Podemos concretizar os nossos sonhos? A criança de hoje tem muitas ou poucas oportunidades para brincar?
Com estas indagações, iniciamos o processo de pesquisa do projeto SOBREVOAR, desejando que elas possam ampliar nossa capacidade de nos recriar, de nos conhecer e superar nossas imperfeições na busca de evoluir, transformando-nos num ser humano melhor. Este é sem dúvida um sonho que queremos realizar: ser artista. Segundo Nagib Anderaos Neto no texto A Arte de Sonhar, ser artista é ser “artífice de si mesmo”, a arte de criar a si mesmo através do reconhecimento dos seus defeitos e imperfeições, deixando para traz velhos padrões de comportamento, arte das mais difíceis, recriando-se, tarefa para toda uma vida onde o primeiro aprendizado consiste em “querer melhorar, aprender e evoluir”. “Inspirados na obra maior que é a própria criação, o ser humano poderá transformar- se no autor e ator de seus próprios dias, dono de seu destino e artífice do futuro, dando um salto mortal sobre tudo que tem estreitado sua visão e endurecido o seu coração”.
Em nosso grupo de estudos vimos que a criança de hoje pouco inventa, já recebe seus brinquedos prontos e acabados restando-lhe poucas oportunidades do exercício tão prazeroso da infância que é inventar. Através da brincadeira a criança exercita sua capacidade de contextualização.
Já o livro Seis Tombos e um Pulinho de Claudio Fragata onde o autor nos conta a história de Santos Dumont baseado nos tombos do nosso herói até chegar ao seu grande invento, nos aponta que o tombo faz parte do processo de aprendizagem e a queda pode gerar impulso para um novo salto e se o salto anterior foi alto, o impacto com o solo será a projeção para um salto ainda maior. Esta é uma possibilidade fantástica de aprendizagem, o erro como parte natural deste processo amplificando o desejo da concretização. Então nos perguntamos: quais foram e são nossos tombos para um pulinho?
Inspirados na grandeza e pureza de Santos Dumont entendemos que para concretizarmos nossos sonhos é preciso resiliência: misto de resignação e persistência. O aprimoramento em prol da concretização dos sonhos versos a simplicidade de sonhar. O pensamento arte educativo contido no conceito de resiliência certamente norteará esta pesquisa cênica, procurando levar à criança de todas as idades, algo que a impulsione na concretização de seus sonhos. Oxalá possamos, com o nosso singelo Sobrevoar, tocar esses pequenos grandes corações, ajudando a construir um ser humano melhor! Portanto desejamos construir e inventar muitas maneiras de brincar e voar, enfrentando nossos medos e superando obstáculos.

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"O sonhador tem sempre uma nuvem a transformar. A nuvem nos ajuda a sonhar a transformação."

Gaston Bachelard